sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Cansei de ser Boazinha!!!

Em primeiro lugar, gostaria de pedir perdão aos meus pais e familiares pelo palavreado chulo. Já posso até ouvir a voz de meu pai falando: "mea" felha, que é "esso"??? Mas eu precisava desabafar e nada melhor do que um puta-que-pariu ou ainda puta-que-o-pariu pra extravasar. É isso. Eu fui criada na "terra da felicidade", onde todo mundo é "minha neguinha", "minha flor" e as pessoas conseguem bater papos animados na interminável fila do Banco do Brasil na hora do almoço. Lógico que essa atitude "salve-simpatia" veio na minha bagagem. Até que percebi que os sorrisos não estavam sendo correspondidos. Londres é a terra do mau humor. Mas antes de condenar os pobres ingleses eu vou logo dizendo que entendo porque. A raiz do problema está numa cena que vi ontem de manhã. Num dos raros dias em que acordei cedo vi um grupo de criancinhas de fardinha fazendo educação física no parque. O frio era de lascar e o professor usava uma metodologia um tanto "militar"... Putz! A cena me fez lembrar dos meus tempos de educação física com o professor Castro, que ironicamente tinha uma barriga de barril de chopp. A diferença é que eu não tinha que ficar fazendo polichinelo com um vento gelado refrescando meu suvaco. Então tá explicado. Se eu tivesse um professor Castro inglês me dando ordem no parque gelado de manhã cedo e se tivesse crescido me espremendo no metrô e levando patada de todo mundo todo dia também seria uma pessoa amarga. O exemplo mais memorável foi o fora que tomei da enfermeira inglesa. Fui me registrar no posto de saúde da nada chique vizinhança em que moro. Entrei na sala da enfermeira, que sem nem olhar na minha cara mandou eu subir na balança. Diante do número que apareceu na maldita balança, comentei com a enfermeira: "estou de calça jeans, deve dar mais ou menos 1 kilo a mais, não é?". Ela respondeu: "1 kilo?! 1 kilos são 2 libras e meia... I DON'T THINK SO". Eu deveria ter me tocado que a mulher era ranzinza, mas não... continuei insistindo em fazer piadinhas e querer quebrar o gelo. NADA. O ápice foi quando perguntei a ela, entre sorrisos e charminhos: "posso beber uma água?". Resposta: "se pagar, pode". Como diriam meus coleguinhas de escola: XEPO!!!!! Uma expressão que denota um fora tomado. Mas pensa que eu tomei jeito? não. Continuo tomando xepo e distribuindo risadinha em troca... Isso até a hora em que tomo umas e fico feminista. Aí é minha vez de distribuir patadas. Mas isso é uma outra história... Por sinal, acabei de decidir. Vou ser boazinha pela última vez e comprar uma "lembrancinha" de natal pras tchecas que tem sido umas "florzinhas" comigo depois que disse que ia me mudar. Afinal vou deixar minhas coisas aqui e não quero encontrar meus poucos casaquinhos destruídos quando eu voltar de viagem. MAS É ÚLTIMA VEZ QUE EU SOU BOAZINHA!!! PROMETO.

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